segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Os problemas da ignorância (1)

Ignorância

[Do lat. ignorantia.]
S. f.
1. Condição de quem não é instruído
2. Falta de saber; ausência de conhecimentos
3. Estado de quem ignora ou desconhece alguma coisa, não tem conhecimento dela

(Dicionário Aurélio)

Burrice é uma característica limitadora. Um limite que, quando alcançado, possui dificuldades em ser ultrapassado, por isso não se pode esperar muito mais dali.

Mas ignorância é apenas uma fase. Desconhecer algo se resolve facilmente buscando as informações apropriadas.

"Eu não sabia disso. Se for asim, sou contra. Vou pedir para mudar o projeto"
"Não tinha pensado nisso... É verdade. Seria automático, mas esse aspecto não foi discutido"

Essas frases foram proferidas por Senadores quando lhes foi apresentada a constatação de que a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos (aprovada na Comissão de Constituição e Justiça) incluiria o direito de dirigir aos jovens.

Esse é um pensamento simples, já que ao você considerar um jovem de 16 anos um maior, ele pode fazer tudo que um maior pode (beber, dirigir, casar, transar, ir ára boates e afins) ao ser responsável pelos seus atos.

Mas quando ações são guiadas sem cuidado ao tratar de assuntos importantes, o foco da visão se limita, e essas aberrações de intenção são criadas. O perigo reside justamente que os perpetuadores dessa aberração são Senadores legislando sobre coisas que afetam a sua vida e a minha.

Ignorância não tem desculpa. Informações estão ai para serem pesquisadas, e os assessores parlamentares recebem dinheiro para pesquisar esse tipo de coisa, e não apenas fazerem parte usufruidores do dinheiro público.

Eu sou contra a redução da maioridade penal.
Como devo falar muito ainda, não sou limitado a visões maniquístas de "bom" e "mal" ou "preto" e "branco". A vida tem uma grande paleta de cinzas, e existem casos (ex:crimes hediondos) em que algum tipo de responsabilização deve ser imputada.

Entretanto, crianças não são adultos em miniatura. Crianças tem uma mente em formação, adolescência tem a sedimentação da personalidade junto ao caos hormonal, e a fase adulta é a responsabilização pelo indivíduo formado por essa sedimentação.

Graças a essa visão contrária ao que eu acabei de dizer, seu filho (ou filha) de 16 anos ganhará status de adulto. Pode mandar você, pai e mãe, à merda. Podem sair de casa em uma crise de paixão romântica. Podem beber na noitada tendo carteira de motorista em mãos.

É. Será que agora, pensando melhor a respeito, vocês concordam com a idéia, caros Senadores ?

Um comentário:

Wolf disse...

Particularmente, acho que deveria ser aumentada, para 21 pelo menos. Ou, melhor ainda, uma reformulação do ensino para que se possa afirmar que alguém com 16, 18 ou quiçá 21 se portará em média como adulto, sendo dotado de bases para pautar seus julgamentos... mas hoje em dia, nem os acima de 30 o andam fazendo (a exemplo, nossos digníssimos senadores).